Wi-Fi ou Bluetooth?
Quando falamos de Wi-Fi e Bluetooth, uma certa confusão aparece na cabeça das pessoas. Muita gente acha que as duas coisas têm o mesmo propósito ou, até mesmo, que são a mesma coisa. Na verdade, as duas tecnologias têm propositos totalmente diferentes um do outro.
Wi-Fi para um lado, Bluetooth para o outro. Wi-Fi (Wireless Fidelity) é o termo empregado para definir o acesso a redes sem fio ou redes wireless. Tanto o Wi-Fi quanto o Bluetooth operam por ondas de rádio. O sinal do Wi-Fi (802.11b) opera a uma frequência de de 2.4GHz, permitindo taxas de até 11megabits/s e tem o alcance muito maior que o sinal de um dispositivo Bluetooth, que também opera num espectro de frequência parecido: 2400~2483.5MHz, porém, a velocidades bem menores: 1Mbps. O sinal de um dispositivo Bluetooth tem um alcance (em média) de 10 a 100 metros. Já o alcance de cobertura de um ponto Wi-Fi pode chegar até 300 metros.
O padrão Bluetooth, criado pela Ericsson, em parceria com a IBM, Intel, Nokia e Toshiba, traz como propósito resolver um antigo problema de conectividade entre aparelhos domésticos, portáteis ou de informática: os fios. Muito em breve, será possível acionar o alarme do carro através de Bluetooth, assim como controlar o volume do receiver da sala. A grande verdade é que o Bluetooth veio para acabar de uma vez por todas com o infra-vermelho, que já pode ser considerada uma tecnologia obsoleta e tecnicamente esgotada.
Muitos dos aparelhos que hoje se conectam via cabo (impressoras, mouses, monitores, etc) passarão a conectar via Bluetooth (sem fios) e muitos dos aparelhos que hoje contam com recursos de infra-vermelho (controles remotos, celulares, antigos PDAs) passarão a ser compatíveis com o padrão Bluetooth. Veja abaixo alguns celulares disponíveis no mercado que já contam com a tecnologia.
Além de substituir a ultrapassada tecnologia do infra-vermelho, o Bluetooth traz grandes vantagens e avanços para o mercado. As empresas participantes do projeto Bluetooth conseguiram desenvolver um chip tão barato que, muito em breve, teremos esse padrão espalhado por todos os lados. Não vai demorar muito para vermos o desaparecimento das portas USBs e seus cabos, na mesma velocidade em que elas apareceram no mercado.
A tecnologia Wi-Fi, foi desenvolvida para permitir a criação de redes de dados (LANs ou local area networks) via rádio. Isso significa que, através dessa tecnologia, muitos desses fios que vemos espalhados hoje pelos escritórios e prédios comerciais vão para o espaço. Numa rede Wi-Fi o elemento principal é o wireless router, que é o aparelho responsável por transformar o tráfego da rede em ondas de rádio, criando assim a rede Wi-Fi. Os demais computadores também equipados com placas de rede wireless, sintonizam nesse sinal de rádio emitido pelo wireless router e conseguem compartilhar dados e informações.
Hoje, existem no mercado três variações do padrão Wi-Fi: o 802.11a, 802.11b e 802.11g. O mais comum é o 11b, largamente utilizado em escritórios e até mesmo em residências. O 802.11a opera em 5GHz, a uma taxa de transmissão de 54Mbps e é o que tem o menor alcance em ambientes internos, pelo fato de sua frequência ser mais alta. O 802.11b opera em 2,4GHz (a mesma do Bluetooth) e tem uma taxa de até 11Mbps. Já o padrão 802.11g tem uma taxa de transmissão de 54Mbps, operando em 2.4GHz. Por utilizarem um espectro de frequência não licenciado, um dos maiores problemas dos padrões 11b/g é a grande facilidade de encontrar interferências com outros dispositivos domésticos, como um microondas ou telefone sem fio, por exemplo. Aparelhos equipados com o padrão 11b ou 11g não são compatíveis com o 11a. Pode-se dizer que a porta de entrada para o mundo Wi-Fi está sendo o padrão 11b, já que os produtos comatíveis com o 11g ainda não são tão baratos.
Enquanto o Wi-Fi se estabiliza e toma conta do mercado, o padrão WiMAX (IEEE 802.16) já está sendo preparado e testado em diversas partes do mundo. Com o WiMAX será possível ter cobertura de quarteirões inteiros, tornando, de uma vez por todas, a computação móvel uma realidade presente no nosso dia-a-dia. Segundo a Intel, o WiMAX é a coisa mais importante desde a própria internet.